Manchas de óleo: situação das praias deve ser conferida antes do cancelamento de viagens

AMA AlagoasConhecido mundialmente, o litoral nordestino é destino de turistas brasileiros e estrangeiros, principalmente no verão. A atividade turística é a base econômica de muitas localidades afetadas pelo desastre das manchas de óleo, e diversas organizações têm manifestado preocupação com o impacto nas viagens de férias e de final de ano. A recomendação é para que os turistas verifiquem a situação da praia almejada antes de cancelar ou remarcar as viagens.

A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) tem acompanhado a situação, monitorado os locais afetados e esclarecido sobre as praias turísticas não afetadas do litoral de Alagoas. A entidade também orienta os gestores e coordenadores municipais de defesa civil das áreas atingidas em relação às ações emergenciais. Recentemente, impulsionou a campanha #SOSNordeste que conta com envolvimento de atletas, famosos, clubes de futebol e influenciadores digitais.

De acordo com a Secretaria de Turismo de Alagoas, os impactos registrados são poucos e quase 100% das praias estão apropriadas para banho, conforme análise do relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente. Ainda assim, o governo estadual enviou kits aos Municípios com equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas, peneiras e botas a serem distribuídos para os voluntários na limpeza das praias.

Kaio Fragoso /Ag. AlagoasPotencialidade
A partir desta informação, o presidente da AMA, Hugo Wanderley, informa que passeios turísticos podem ser feitos normalmente no Estado. “As cidades alagoanas têm muito a oferecer para os turistas, nossa gastronomia, o povo acolhedor e o artesanato, que é exemplo para todo país”, ressaltou. Dentre os pontos mais cobiçados pelos turistas estão as regiões do litoral Sul e da Costa dos Corais, considerado o Caribe Brasileiro.

Foram afetadas as praias dos Municípios de Paripueira; Barra de Santo Antônio, com a famosa Carro Quebrado; Passo de Camaragibe, com Marcineiro e Morros de Camaragibe; São Miguel dos Milagres e toda região de Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi. No entanto, elas são limpas diariamente, e a população e as prefeituras estão atuando em conjunto para garantir experiências saudáveis aos turistas.

Prejuízos
Pelas últimas informações, mais de 200 locais foram atingidos Kaio Fragoso /Ag. Alagoasem pelo menos 77 Municípios, ao longo de 2.200 km do litoral brasileiro. O governo sabe a origem do óleo, da Venezuela, mas não as causas do aparecimento da substância. Prejuízos já são confirmados na vida marinha, na pesca e na indústria, no turismo, em mangues e corais. Até agora, mais de 900 toneladas de petróleo cru foram retiradas de praias pela força tarefa – moradores, órgãos federais, estaduais, municipais.

Com a esperança de que a situação será minimamente resolvida, as agências de viagens e os órgãos de proteção ao consumidor recomendam aos consumidores que não cancelem as viagens. Em reação a orientação divulgada pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), 22 Procons dos nove Estados da região e o Fórum do Procons Nordeste assinaram nota com crítica a expressa a informação de que que o consumidor teria direito a cancelar ou remarcar a viagem.

Recomendação
A nota recomenda ao consumidor se informar se a região do passeio foi atingida, se há informação oficial sobre praias impróprias. Nesse sentido, uma das prioridades agora é acabar com a desinformação e as chamadas “Fake News”. Uma das orientações é acessar os balanços regulares das localidades atingidas publicados no site do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis do Ministério do Meio Ambiente (Ibama/MMA).

O mapeamento do Instituto apresenta um mapa com as localidades afetadas e o grau de classificação dos dados em quatro categorias, que são elas: oleada com manchas da cobertura de 11% a 50%; oleada com vestígios/esparsos: cobertura de óleo inferior a 1% e de no máximo 10%; não observado na última análise; e em limpeza: locais em processo de limpeza

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Da Agência CNM, com informações da AMA, G1 e Ibama
Fotos: Divulagação e Kaio Fragoso /Ag. Alagoas